INTRODUÇÃO
Cada vez mais o treinamento da força muscular vem sendo incluído em programas de exercício com objetivos variados. O exercício de força está relacionado ao o aumento do trofismo muscular, com a prevenção à lesão osteomioarticular, ao aumento da performance, com uma maior facilidade para desempenhar atividades diárias, promovendo maior independência para aqueles que são debilitados, ao aumento da densidade mineral óssea, da redução da pressão arterial, à diminuição dos níveis de colesterol e coadjuvando outros métodos para o emagrecimento (FLECK; KRAEMER,2006).
Desta forma, é fácil compreender o porquê o treinamento de força muscular foi adaptado à rotina de quase todos os freqüentadores de centros de fitness, surgindo assim a necessidade em se estudar a influência das formas de trabalho do treinamento de força, a metodologia de treino, a ênfase ao tipo de contração muscular, o volume à ser aplicado, a sobrecarga, o intervalo de recuperação ideal, a velocidade de execução, a freqüência semanal de treino, dentre ouras variáveis (GUEDES, 2003).
O treinamento de força, também é conhecido aqui no Brasil como treinamento contra-resistência ou exercício de musculação, dentre outras definições. Esta prática consiste em um método de treinamento que envolve a ação voluntária do músculo esquelético contra alguma forma externa de resistência, que pode ser provida pelo corpo, pesos livres ou máquinas (FLECK; KRAEMER, 2006). Este vem sendo bastante estudado por pesquisadores e apontado como um excelente treinamento no aprimoramento da qualidade de vida de seus praticantes.
Entretanto, para que este treinamento seja incluído em um programa de exercício, alguns aspectos devem ser levados em consideração, como por exemplo: idade, histórico pregresso de atividade física, nível de condicionamento, histórico pessoal e familiar de doenças, dentre outras variáveis que serão comentadas em uma anamnese e de acordo com o resultado de uma avaliação morfofuncional (CASTINHEIRAS NETO, 2005). Para que a prescrição desse tipo de exercício obtenha êxito e tenha seus objetivos alcançados, o treinamento de força precisa ser periodizado a fim de ser prescrito de forma individualizada, respeitando as limitações e aos objetivos definidos à curto, médio e longo prazos (CASTINHEIRAS NETO, 2005).
A IMPORTÂNCIA DA PERIODIZAÇÃO DO TREINAMENTO DA FORÇA NA ROTINA DE TREINAMENTO
O treinamento da força pode ser compreendido como de força máxima, onde são estipuladas repetições máximas baseadas em um percentual da carga máxima obtida por um teste de 1RM ou submáximo, no qual os sujeitos estimam sua carga através de valores percentuais extraídos da sua carga máxima obtida no teste de 1RM (MONTEIRO, 2004). No primeiro caso verifica-se que este tipo de treinamento é representado pela maior força produzida contra uma dada resistência que pode ser dinâmica ou estática, onde o recrutamento do maior número de unidades motoras possíveis irá ditar a força máxima de um indivíduo (WEINECK,1999). A força explosiva é definida como o maior torque produzido dividido pela velocidade da execução (WEINECK,1999). Força de resistência é a capacidade do sistema neuromuscular sustentar níveis de força moderado por intervalos de tempo prolongado (WEINECK,1999).
Segundo Monteiro (2004), os fatores que modificam a força são: neurais; musculares; biomecânicos ou psicológicos. Dentre os mecanismos relacionados ao componente neural, estão: a coordenação intermuscular, melhoria na relação agonista-antagonista (co-contração), melhoria na relação agonista-sinergistas e coordenação intramuscular. A coordenação intramuscular relaciona-se ao aumento do número de unidades motoras recrutadas, tamanho das unidades motoras recrutadas (princípio do tamanho) e freqüência de contração de cada unidade motora. Unidade motora é definida como o axônio do neurônio motor e todas as fibras musculares por ele inervadas. Os fatores neurais são os principais responsáveis pelo aumento da força nas primeiras semanas de treinamento com pesos (FLECK; KRAEMER 2006). Os fatores neuromusculares responsáveis pelo aumento da força é o aumento da área de secção transversa proveniente da hipertrofia.
A PERIODIZAÇÃO DO TREINAMENTO DA FORÇA PODE COADJUVAR A PREVENIR LESÃO OSTEOMIOARTICULAR?
A literatura ainda fornece dados obscuros quanto a relação da incidência de lesão osteomioarticular com exercício de força. Porém, sabemos que a falta de periodização pode acarretar em dano muscular pelo efeito somativo das sessões se não houver um período de recuperação suficiente (NEVES, 2006). Desta forma, parece-nos que independentemente da intensidade, o período de recuperação entre os estímulos (intervalo entre séries e sessão) deve ser respaldado em estimativas de variáveis fisiológicas marcadoras de dano muscular ou levando em consideração o estado psicológico do sujeito.
Por exemplo, a lesão por esforço repetitivo (LER), é definida como uma doença traumática cumulativa. A LER se caracteriza por uma situação em que a capacidade de resistência e adaptação dos grupos musculares do membro superior é ultrapassada, ocasionando a ruptura do equilíbrio biomecânico. O trabalho muscular dinâmico permite contrações e relaxamentos alternados dos grupos musculares que estão executando a função manual localizados no antebraço, mão e dedos. Quando esse trabalho é realizado com grande velocidade, sem períodos de repouso, pode determinar a inflamação dos tendões e bainhas tendíneas, caracterizando um quadro de dor, fadiga, crepitação, sensação de peso e calor local.
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